[DOC-USA] Uma Verdade Inconveniente - 2006


Título original: An Inconvenient Truth
De: Davis Guggenheim
Site oficial:
http://www.climatecrisis.net/

Documentário que tem como figura condutora Al Gore, o antigo Vice-presidente dos Estados Unidos, que depois da sua derrota para Bush nas eleições de 2000 regrassa a luta para ajudar o planeta. Segundo alguns cientistas, teremos apenas dez anos para evitar uma grande catástrofe que pode destruir o nosso planeta gerando condições meteorológicas agressivas, inundações, epidemias e ondas de calor que ultrapassam tudo o que conhecemos. O documentário segue a luta de Al Gore para travar o aquecimento global e a sua tentativa de impor o problema, não como uma questão política, mas sim um desafio global para a Humanidade.

Estou passando a indicação desse documentário que acredito seja fundamental para todos assentirem e tomarem consciência de como algumas pequenas e grandes ações podem influenciar para o bem ou para o mal o futuro do planeta.
O texto que segue abaixo é um trecho de uma reportagem, caso queira ver a integra segue link: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=41538

Está no documentário "Uma Verdade Inconveniente", de Davis Guggenheim, o nome por trás do thriller "24 Horas". Mas é muito mais aflitiva do que qualquer capítulo do seriado policial. Mostra a evolução geométrica das emissões de dióxido de carbono, o principal culpado pelo aquecimento da temperatura no planeta. O protagonista não é ator de Hollywood, é Albert Arnold Gore Jr., o Al Gore, vice-presidente dos EUA na gestão Clinton. E o filme, que prevê um futuro apocalíptico para a Terra se a humanidade continuar no caminho em que está, não é ficção, é uma possibilidade bem real.

São 90 minutos perturbadores. Uma sequência, por exemplo, mostra o pico nevado do Kilimanjaro, na África, em 1970 e uma foto feita em 2005, onde a neve é apenas uma pequena mancha no topo da montanha. "Em 10 anos, os cientistas prevêem que 'As Neves do Kilimanjaro' podem não existir mais", diz Gore, fazendo referência ao sucesso do cinema de 1952, com Gregory Peck. É a única pitada poética do documentário. O que se segue é uma sucessão de imagens da redução dos glaciares no Alasca, no Peru, na Patagônia. As fotografias migram dos Andes para os Alpes, mas a mensagem é a mesma - geleiras derretendo. Depois vêm a sucessão de furacões e cenas reais do desespero das vítimas. O mundo animal comparece com elefantes sendo refrescados nos zoológicos europeus, como aconteceu no verão de 2005, e ursos polares morrendo afogados porque não encontram icebergs pela frente.

Finalmente, se a emissão de poluentes continuar no ritmo em que está, há uma simulação horripilante de enchentes em San Francisco, na Holanda, em Xangai, em Calcutá. O cenário de "Waterland", o filme de Kevin Costner onde todo mundo vive encharcado, é fichinha. No caso do documentário de Gore, se a vida imitar a arte, não será um clichê. Será o fim.
Mesmo quem não é muito sensível a apelos ambientais sai atordoado da exibição do documentário que vem tendo boa receptividade e bilheteria nos EUA e na Europa, foi um hit no festival de Sundance, apresentado em Cannes e estréia no Brasil em 3 de novembro.
No final do documentário, Gore indica sites e pede às pessoas que modifiquem seus hábitos de vida, que poupem energia, que usem mais o transporte público, que andem de bicicleta, que reciclem, que rezem. "Como diz aquele provérbio africano, reze e vá fazendo." Os últimos minutos de "Uma Verdade Inconveniente" procuram mostrar como a crise planetária pode ser resolvida.


"Foi o filme mais impressionante que já vi na vida", disse o ex-secretário de Meio Ambiente Paulo Nogueira-Neto, ao final de uma pré-estréia em SP. "É o nosso Titanic que está afundando e as pessoas não percebem. Temos que acordar, não podemos continuar dormindo."
(Daniela Chiaretti escreve para "Valor Econômico", 13/10)

No comments: